Vivemos em um mundo em que assédios não são mais aceitos, seja na rua, um simples assobio, uma cantada barata, um toque no cabelo em uma balada, encoxada no metrô, ou em casos piores, como assédios sexuais no trabalho. As mulheres estão denunciando e os homens estão tendo que aprender na MARRA o que é certo e o que é errado.
De outro lado, o mundo da fotografia sensual feminina nunca foi tão bombardeado com denúncias de fotógrafos assediadores, como estamos vivenciando atualmente. Caras que tocam as modelos sem a permissão, que fazem comentários vulgares como “gostosa” ou “delícia”, durante uma sessão de fotos, que fazem chantagem para entregar material em troca de um jantar ou uma noite de “amor” com o fotógrafo. Infelizmente esse tipo de prática está muito comum e sujando a classe de fotógrafos sérios, que se preocupam com o bem estar das modelos e prezam pelo respeito.
Já ouvi muitos relatos, desses de deixar qualquer pessoa assustada. Fotógrafo pedindo para modelo sentar no colo dele, tocando na calcinha da moça para “arrumá-la”, se oferecendo para arrumar os lábios vaginais que estão “tortos”, querendo deixar os mamilos da moça duros, lambendo-os, fotógrafos que ficam excitados durante a sessão, que falam que gostariam de beijar a moça ou tentaram beijar as modelos durante a sessão, fotógrafo que ficou de cueca durante a sessão, fotógrafo que exige que a modelo se troque em algum lugar específico da casa dele, cheia de câmeras, sem que a moça saiba se está sendo filmada ou não, fotógrafo que insiste para que a moça faça nu, fotógrafo que usar termos vulgares… os relatos são muitos e muitas vezes as moças por estarem fazendo uma sessão fotográfica pela primeira vez, por estarem nervosas, ansiosas, não sabem se esse tipo prática é normal ou não.
Muitos fotógrafos estão usando uma prática de fazer fotos tocando as modelos, alegando arte, mas como mero pretexto para encostá-las com um pseudo consentimento. Fotos tocando a boca, apertando seios, colocando dedos, puxando calcinha e cabelo. O conceituado fotógrafo Haruo Kaneko deu um start nessa prática em seu projeto, “Brwax”, e posteriormente na sessão “Lay Day”, da revista de surf HARDCORE. Mas trata-se de um fotógrafo com bagagem, realmente com viés artístico, é uma identidade que ele praticamente criou (com pitadas de Terry Richardson) e aprimorou para o estilo dele, com flash estourado, fotos fortes, porém ricas conceitualmente. Muitos pseudo fotógrafos entraram nessa onda, simplesmente com o intuito de tocar as mulheres. Por que só querem tocar as modelos “maravilhosas”? Por que não fazem tocando modelos fora do padrão de beleza ou homens?
Diante de todo esse tipo de denúncias, e amadores que entraram nesse mercado simplesmente para tocar e ver mulheres nuas, recomendo uma série de cuidados para que você, que pretende fazer uma sessão sensual um dia, tome:
Pergunte se pode levar alguém para acompanhar a sessão. Se o fotógrafo reclamar ou alegar que não pode, não faça;
Leve algum acompanhante no dia da sessão;
Pergunte para outras moças que posaram para o fotógrafo que você pretende posar, como foi trabalhar com ele. Se foi educado, pontual, se foi assediador;
Não caia em propostas rasas de “projetos” sensuais que não te favorecem;
Se o fotógrafo não tiver fotos sensuais no portfólio, não faça;
Se o perfil do fotógrafo no Instagram for fechado, não faça;
Combine que tipo de foto será feita na sessão, antes. Que roupa você pretende usar, se fará nu, se não fará, qual a quantidade de fotos você receberá e prazo;
O fotógrafo não pode insistir em poses ou em nu. Ele pode propor, mas caso você negue, ele não pode insistir;
O fotógrafo não deve tocar em você, caso precise mexer no cabelo ou ajeitar algo, ele deve pedir permissão, sempre!
Em um momento delicado que vivemos onde as mulheres estão se libertando, se empoderando, a denúncia é a melhor arma. Fuja de fotógrafos com papo estranho, tente seguir todas aquelas regras acima e se mesmo assim, você for vítima de algum tipo de assédio, denuncie!