Ok, o Instagram é uma baita ferramenta que temos hoje em dia, confesso a vocês que grande parte das minhas clientes chegam a mim através do Instagram, não nego a importância dessa rede social para os dias de hoje. Mas vou contar para vocês que há vida na fotografia fora do Instagram.
A rede pertence ao Mark Elliot Zuckerberg, as regras são deles, ou seja, temos que nos sujeitar ao que está escrito ali, naquelas milhares de palavrinhas, que nós rolamos a tela até o fim e clicamos em "de acordo". Quem faz fotos sensuais, seja fotógrafo, modelo ou quem trabalha vendendo fotos e packs, já teve foto banida por lá, e muitas pessoas, já tiveram a conta banida também.
Aliás, quem trabalha nessa área, ou já teve a conta banida, ou terá a conta banida. E não adianta chorar para o Papa, a rede é do Markinho, ele manda, se amanhã ele disser que não pode mais ter fotos de mulheres de calcinha, tu vai fazer o que? Considere então o Instagram como uma vitrine para o seu trabalho, mas não A vitrine.
Muitos fotógrafos e modelos consagrados na história cresceram sem rede social, e você sabe mencionar os nomes deles, de olhos fechados. Desde os clássicos, como Irving Penn ou Helmut Newton, aos contemporâneos brasileiros, como JR Duran, ou Bob Wolfenson. Viu? Você sabe o nome deles! Ou você quer ser reconhecido como o ARROBA_EMPODERADA_NUA? Ou ARROBA_JOSÉDASILVA_PH? (inventei esses nomes de perfis, não sei se existem).
Eu não quero que as pessoas pensem que sou o "arrobadesantisph", muitas pessoas nem sabem que o "PH" é de "photografer". Podem achar que meu nome é "Paulo Henrique" ou "Pedro Haroldo". Quero que as pessoas (um dia) reconheçam meu nome como Fernando De Santis (com "D" maiúsculo), e não o perfil que tem a foto de um careca, usando a camiseta do Bad Company, fumando um charuto.
E quando você deposita toda sua energia no Instagram, você está forçando seu nome apenas a isso. Confesso que tem muitos fotógrafos talentosos que eu não sabia (e não sei) o nome até hoje, só sei o arroba deles.
Lembram do ICQ? Do MSN? Do Orkut? Acabaram. E se amanhã o Instagram acabar, você não será encontrado nunca mais.
"Então Fernando, eu sou modelo e / ou fotógrafo! O que eu posso fazer?".
A resposta é simples: invista sua energia TAMBÉM em outros lugares. Primeiramente, se você é modelo ou fotógrafo, você tem que ter um website. Sabe quando você quer saber algo, e não tem a informação? Você acessa um site lá, um tal de "Google", e digita "PIZZA SEM GLÚTEN". Pronto! Aparece um monte de informações, desde receitas de como fazer a massa, à restaurantes que servem esse prato. Pois bem, quero saber de "fotógrafo sensual em Maceió". Google! Já peguei muitas clientes pelo meu site! Muitas! Aliás, não é obrigatório ter Instagram, sabiam? Já fotografei muita cliente que não tinha conta na rede do Mark. Já fotografei clientes que tinham Instagram, e hoje não têm mais.
Ter um website traz também o profissionalismo. Quantas vezes você pensou em adquirir um produto ou serviço, e antes, acessou o site, para ver qual era a índole, localização, contatos? Isso dá segurança ao consumidor / cliente. "Ah, mas hoje em dia as empresas estão dando mais atenção às redes sociais!". Concordo, mas vai ver se as grandes companhias não têm um website também... tão tudo lá!
E a boa notícia é que no seu site, as regras são suas (desde que respeitem a constituição)! Então você pode colocar foto de peitinho, de bumbum, foto explícita, pode fazer o que quiser e não vão derruba-lo.
Você pode colocar seus sets inteiros, portfolio com a resolução que você quiser, na ordem que quiser, com textos, vídeos, fotos, áudios. As fotos no seu site, você postará na proporção que quiser, não ficará preso àquela proporção bizarra do Instagram, onde você tem que cropar suas fotos, com muita dor no coração. No seu site, você manda! Só não se esqueça que seu site precisa ser vivo, não adianta tê-lo, e não atualiza-los. As pessoas não entrarão mais.
E além do site, existem outras redes sociais. Sou da época do Fotolog. Morreu! Quem lembra? Depois disso, o Flickr veio com tudo, hoje, respira por aparelhos. E foram as redes sociais mais fortes em fotografia nas suas respectivas épocas. Então pense em espalhar seu trabalho (e seu nome) em outros lugares, como nos sites 500px ou Behance, por exemplo. Coloque fotos no Twitter, no Facebook (que também caminha ladeira abaixo rumo à extinção).
Participe de collabs com outros artistas, entre em projetos impressos, projetos virtuais, participe de vídeos, entre em exposições, faça exposições, grupos de trabalho, grupos de profissionais, podcasts, crave seu nome, procure um lugar no mercado para expor seu trabalho, seja você fotógrafo ou modelo.
Pense que a fotografia não é apenas o Instagram. Aliás, para muitos, fotografia tem que estar impressa, ampliada, senão, é apenas um negativo ou um arquivo digital. Amplie sua área de trabalho, de aparição, carregue seu nome, se você gosta de ser modelo ou fotógrafo e quer ser lembrado no futuro, faça com que seu nome apareça, e não apenas o seu arroba.
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