No domingo passado saí de uma sessão no Apê 153, ali, perto do Metrô Sé, tava afim de andar pelas ruas, ver o Centro fechado, vazio, apenas pelo prazer de caminhar. Passei pela Praça da Sé e em direção ao Viaduto do Chá, vi essa senhora parada, com um carrinho, revirando o lixo.
Não gosto de fotografar pessoas em condições de rua, mas como ela estava de costas, consegui preservar a imagem dela. Sim, sempre bom pensar nisso, embora essas pessoas estejam na rua, elas sentem vergonha e muitas não gostam de serem retratadas dessa forma.
Será que ela tem filhos? Será que eles sabem que ela está na rua, revirando lixo? Qual será a história por trás dessa senhora, que andava perto da Sé, sozinha, em um domingo, com o Centro de São Paulo dormindo. Para onde ela foi depois disso?
Fiz a foto rapidamente, não quis incomodar, mas assim como ela, haviam outras milhares (sim, milhares!) de moradores em condição de rua no Centro de São Paulo. Mas sempre que vejo alguém mais velho, principalmente uma senhora, acabo ficando mais tocado. Ela poderia ser a mãe de alguém, com dores, com fome e sozinha.
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